Fisioterapeuta Caroline Parreira Zaiet explica qual é o papel do fisioterapeuta respiratório.

“O meu bebê tem dificuldade para respirar, o que pode ser?” Essa é uma das perguntas que a fisioterapeuta Caroline Parreira Zaiet mais recebe no seu consultório. Por isso, hoje ela vai explicar que a bronquiolite é uma infecção aguda das vias aéreas inferiores, caracterizada pela inflamação dos bronquíolos. 

Causa viral e agentes mais comuns

Primeiro, devemos entender que bronquiolite é predominantemente viral. O principal agente causador é o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), responsável por epidemias sazonais, especialmente nos meses mais frios. No entanto, outros vírus respiratórios, como adenovírus, parainfluenza, rinovírus e o metapneumovírus humano, também podem desencadear o quadro clínico.

Diferente da pneumonia, que envolve comprometimento alveolar e pode ter causas bacterianas, a bronquiolite afeta os bronquíolos e não está associada à presença de secreção purulenta ou consolidações pulmonares visíveis em exames de imagem nos estágios iniciais. O processo inflamatório leva ao estreitamento das vias aéreas, dificultando a passagem do ar e causando sintomas característicos.

Como saber os sintomas e fazer o diagnóstico clínico?

O quadro clínico inicia-se geralmente com sinais de infecção de vias aéreas superiores, como coriza, tosse, espirros e febre baixa. Em poucos dias, pode evoluir para desconforto respiratório, com taquipneia, retrações intercostais, batimento de asas nasais e sibilância (chiado) audível na ausculta pulmonar.

O diagnóstico da bronquiolite é eminentemente clínico e realizado por meio de exame físico com o estetoscópio, onde é possível detectar a presença de sibilos (sons agudos causados pela passagem do ar por vias estreitadas) e estertores finos. A ausculta pulmonar é, portanto, um elemento-chave, e pode ser realizada tanto por pediatras quanto por fisioterapeutas respiratórios, com papel fundamental na avaliação e condução dos casos.

Segundo a fisioterapeuta Caroline Parreira Zaiet, “o acompanhamento fisioterapêutico é essencial, pois permite identificar precocemente sinais de agravamento e atuar para melhorar a ventilação pulmonar e o conforto respiratório do paciente, favorecendo uma recuperação mais rápida e segura”.

O papel da fisioterapia respiratória

A fisioterapia respiratória tem se mostrado uma aliada essencial no manejo da bronquiolite. Embora nem todos os casos exijam intervenção fisioterapêutica, em quadros com acúmulo de secreções, dificuldades ventilatórias ou broncoespasmos persistentes, as técnicas de higiene brônquica, reexpansão pulmonar e auxílio à ventilação podem reduzir o desconforto respiratório, melhorar a oxigenação e acelerar a recuperação.

Caroline ressalta que “quanto antes o paciente for avaliado, maiores são as chances de evitar complicações e de proporcionar um alívio mais rápido dos sintomas, garantindo segurança e bem-estar durante o tratamento”.

A atuação precoce de profissionais especializados permite não somente a identificação de sinais clínicos importantes como também a prevenção de complicações, como hipoxemia ou necessidade de suporte ventilatório.

Diferenças entre Bronquiolite e outras doenças respiratórias na infância

O diagnóstico correto de doenças respiratórias em crianças pequenas exige atenção aos detalhes clínicos, ausculta e histórico do paciente. Abaixo, destacamos os principais diferenciais entre a bronquiolite e outras patologias respiratórias pediátricas:

1. Bronquiolite vs. Asma

Bronquiolite vs. Asma

2. Bronquiolite vs. Pneumonia

Bronquiolite vs. Pneumonia

3. Bronquiolite vs. Laringite Viral (Crupe)

Bronquiolite vs. Laringite Viral (Crupe)

A bronquiolite apresenta sinais clínicos que podem se confundir com outras doenças respiratórias, mas se diferencia por sua origem viral, pela presença de sibilância aguda em crianças menores de dois anos e pela resposta variável ao uso de broncodilatadores. Por isso, é fundamental que pais e mães estejam atentos aos sintomas e procurem imediatamente um especialista, seja pediatra ou fisioterapeuta respiratório, para uma avaliação cuidadosa. Somente uma análise profissional, com anamnese detalhada e exame físico minucioso, garante um diagnóstico preciso e a definição do tratamento mais seguro e eficaz para a criança.

Um abraço e até a próxima dica da nossa Turminha! 💜